Venha, me toque: a transformo novamente em grito, dor, machucado
Venha, me beije: faço de você dor, violência e culpa.
Venha, me dê suas mãos: passearemos pelo gelo que há em mim, e tudo o que nunca esquentou
Venha, transe comigo: a farei olhar pela janela e desejar o fim; e desejaremos juntos (você mais desejo e eu mais ação).
Venha, durma comigo: mostrarei a solidão, serei apenas mais um, um homem qualquer, ou pior;
Venha e vá embora: sem dar adeus; deixe as portas abertas;
Perca, o veneno de Deus, o monstro que não é homem (nem mulher), a vontade de nada, a concessão que é cobrada, amor que é só dor, uma vida há muito encerrada.
VÁ.
D. [morto desde novembro de 2007, pelo falso calendário]
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