24/04/2011



e a mão saiu em busca de algo
se esticou,
alcançou o tédio noturno – mais um passeio pela escuridão
mentiu
pois não havia música, nem alma
o sopro do escuro e o pó branco não o desafiam mais
tentou ser um viciado, um farrapo
viu apenas um corpo ensandecido que pronunciava palavras sem pontuação,
era páscoa, mas não sentiu pena, nem queria salvar ninguém
pedra ou chocolate
essa cidade é feia como o cinza de um ponto mortiço

08/04/2011


Com lágrimas nos olhos, ele disse que eu não seria capaz de cometer os atos monstruosos de que me acusam.

Mas, entenda amor, o horror, o sangue, o adultério e o desvio são o que eu professo - por isso você está ao meu lado.

Com serenidade ou desdém eu exponho os pulsos que cortei: o que seria de mim sem esses cortes?


Um dia eles o encontrarão no asfalto.
É meu destino garantir sua última queimadura.