24/06/2010


"o macaco-zumbi não era como ela"
disse o eco de meses atrás
"pois amava apenas o fim",
e ela sorriu.
era quarta na lama, mas em sua cabeça só haviam quartas
o macaco-zumbi se entregou aos vermelhos, aos velhos e, enfim, a Ele
e rezou:
*

eu, m.z., juro prejudicar todos aqueles que me escutam com cuidado;
morderei a mão que alimenta e os dedos que indicam o caminho;
prometo arruinar tudo o que cresce, estragar a semente e o ventre;
prometo infectar a mim e aos outros, não como um todo, mas um a um, com cuidado e em detalhe:
Pastor das Ovelhas Escuras;
multiplicarei a dor e o esgotamento;
serei coroado rei do zombo, da pestilência, das veias cinzas e do hálito podre;
nomeado A derrota, O descaso, O corruptor, O enganado, O traído –
de bom grado, aceitarei as guelras que em mim crescerão, e também o gancho e o reboque que me içarão;
em troca, dê-me o prazer de ver sangrar, a liberdade de escutar gritos abafados, reafirme a agonia desértica do lado da cama e seu choro mudo
traga-me Sua putrefação, pois juro honrá-lo em devassidão;
traga-me Seu agouro, pois juro arrastar-me no esgoto;
traga-me Seus inimigos, pois juro corromper ou retalhar, ou ambos, se assim desejar;
pela estrela da manhã, juro que completarei meu corpo com suas marcas,
queimar-me, como suas asas





"Olho firme no olho vidrado de seu fraco Jeová e puxo-o pela barba; ergo um largo machado e parto em duas sua caveira comida de vermes"



eu, m.z, juro para sempre arruinar, um a um, a todos que puder e a mim.

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